terça-feira, 24 de maio de 2016

WALDEN OU A VIDA NOS BOSQUES

Chega um momento que cansamos de ser superficiais ou de passar pelos mesmos lugares de concreto, escutar os mesmos sons e medir tudo pela riqueza. Ao me sentir assim que assisti o filme NA NATUREZA SELVAGEM (ver o post abaixo). Numa das cenas do filme aparece os livros que influenciaram Alex Supertramp. Além de Tolstoi e Jack London, aparece o livro Walden ou a vida nos bosques de Henry David Thoreau. Comprei a edição da L&PM Pocket de imediato e a devorei.


O livro foi escrito com total indiferença ao academicismo e de tudo aquilo que preza os padrões de uma leitura erudita. Thoreau narrou sua vida durante dois que residiu no Lago Walden localizado em Concord no Estado de Massachusetts (EUA). A narração de sua experiencia nos bosques mistura-se com declarações filosóficas e críticas ao modelo de vida que valorizava o luxo - típico da era industrial no século XIX nos Estados Unidos. Um exemplo é sobre a vestimenta. Exposta na parte em que trata a economia, para Theoreau, a roupa deveria ser vestida pelo homem enquanto esta for útil, sem luxuria, sem necessidade de trocar pelo mero prazer de obter um objeto novo.
A felicidade deve ser construída por cada homem de acordo com suas convicções. Para Thoreau, a felicidade DELE estava em viver em contato com Natureza, ao valorizar todos os seus frutos: da casa à pesca, das leituras de Homero aos plantio de feijão, do som da locomotiva aos sons dos pássaros, da convivência com os animais à convivência com os vizinhos. 
O americano segue na contramão da sociedade industrial e recria o modelo de liberdade que faz com que o ser humano reencontre a natureza. Sua obra é de estimada importância nos dias atuais, nos sentimos cada vez mais manipulados pelo consumismo e pela vida urbana. Necessitamos restabelecer nosso elo com a natureza, ou seja, "pensar como uma montanha" para evitarmos catástrofes ambientais. 
Estava passando por um período de autoconhecimento durante a leitura e do livro, e Thoreau me ajudou a pensar muito, Abaixo transcrevo alguns trechos que me fez admirar as ideias do escritor.

"Os únicos seres felizes no mundo são os que gozam livremente de um vasto horizonte."

"Imposturas e ilusões são estimadas como as mais sólidas verdades, ao passo que a realidade é fabulosa. Se os homens observassem constantemente apenas as realidades, e não se deixarem iludir, a vida, comparada as coisas que conhecemos seria como um conto de fadas ou uma história das "Mil e Uma Noites".

"A manhã, que é a parte mais memorável do dia, é a hora do despertar. É quando temos menos sonolência; e durante uma hora, no mínimo, desperta em nós uma parte que dormita o resto do dia e da noite. Pouco se pode esperar do dia, se é que pode ser chamado de dia, para o qual não somos despertados para nosso Gênio, mas pelas cutucadas mecânicas de algum criado, não somos despertados interiormente por nossas aspirações e forças recém-adquiridas, acompanhadas pelas ondulações de uma música celestial, em vez de apitos da fábrica, e um perfume preenchendo o ar - para uma vida mais elevada do que a anterior ao nosso sono, e assim a escuridão frutifica e se revela boa, tanto quanto a luz." 





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