Em tempos críticos sem criticidade, cujo vazio vomita ódio e rancor e a política é mitificada, ler Charles Bukowski é sempre bom. Ele é mais realista do que se espera, sua beberrice é cheia de verdades, para o mesmo a caretice mascara os sentimentos, as vontades são adaptadas e cheias de má-fé e a política é o mesmo que comer cu de gato. Escritor muito elogiado, Bukowski não se preocupa com opiniões e não se apega ao dinheiro a não ser para tomar vinho e apostar em corridas de cavalo. Escreve para não enlouquecer, pois ser sóbrio no século XX é muito complicado.
O mundo virou uma prova em aberto onde todos os gostos e atitudes são testadas. Se não gosta, detesta, se gosta, se apaixona. Não existe meio termo, tudo é demais, do drama à comédia. O que Bukowski nos faz sentir perante este mundo de extremos? Ele descreve a falta de vida, do simples desprezo por problemas que jamais conseguiremos resolver. Fumou e bebeu a vida toda, "trepou" a vontade, não comprou o inferno dos outros, pois seu próprio inferno bastou e morreu aos 73 anos. Viveu e escreveu.
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