Observa-se na teoria de Williams, um conflito político na historicidade da palavra “cultura”. Primeiramente no sentido de “civilização” dado pelos franceses, segundo, no sentido identitário-nacionalista dado pelos alemães e por ultimo, na legitimação de uma cultura elitista. Como confirma Terry Eagleton[1], este é um conflito mal resolvido. Os conceitos de cultura dados por Williams são reações dos fracassos da cultura como civilidade. A cultura segundo Eagleton,[2] é a forma normativa de imaginar uma sociedade do qual a própria palavra cultura tenta designar. É uma ideia utópica da visão da sociedade.
Apoio, mesmo que por ironia, a ideia de cultura de Eagleton, quando este afirma que a cultura baseia-se em uma “alienação peculiarmente moderna do social em relação ao econômico[3]”. Somente numa sociedade despolitizada, a cultura pode excluir a reprodução material. Mas, só podemos criticar esta despolitização utilizando o próprio conceito de cultura. Pois como observamos em Williams, cultura e poder estão imbricados.
Se a cultura é uma doença que propõe sua própria cura, onde podemos encontrar esta doença? Ou melhor, esta patologia do mundo burguês. Para encontrarmos respostas, devemos deixar de ver o problema como cultural para vê-lo como histórico.
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