terça-feira, 20 de setembro de 2011

A Crítica de um Historiador "Oficial"

O historiador "oficial" de Araruna recebeu meu artigo escrito sobre a conquista territorial do município. Neste artigo enfatizei a participação "dos de baixo" como agentes históricos da construção do município: índios, vaqueiros, escravos e as mulheres. De forma amigável, o presidente do IHGP e o historiador "oficial" de Araruna Humberto L. Fonseca enfatizou três coisas no trabalho. 1°) Era a minha opinião, (a oficial é a historiografia dele). 2°) Índio não conquista nada, não tem relevância. (na verdade afirmei que eles foram conquistados e deixaram marcas culturais no município). 3°) A data de emancipação da cidade está errada. Erro grave. Ainda me perguntou se era uma monografia e como é que eu consegui passar? Respondi que foi um artigo feito em quatro dias apenas para publicar no II Encontro de História do Brasil Império da UFPB. Sobre a data, realmente cometi um erro, pois tinha encontrado "escritos" não confiáveis de que a instalação da Comarca foi apenas em 1940 - prefiro não afirmar aonde peguei esta citação. De acordo com minhas pesquisas sobre municípios do Cariri, apenas com a instalação da Comarca, com seus devidos distritos, que o município se emancipa, e me parece que pela mesma fonte, em 1876, Araruna apesar de ser município, ficou dependente da Comarca de Bananeiras. Foi apenas uma citação simples, só para o leitor se encontrar no texto.






Mas parece que meu trabalho não é para ser lido por mais ninguém devido ao erro de data. Tenho certeza que, se uma banca examinasse o trabalho, eu passaria tranquilamente, pois a história não é feita apenas de datas e fatos. Ela é feita de continuidades e permanências, de espaços de experiencia e horizontes de expectativas. E só conseguimos elaborar este tipo de narrativa histórica com muito esforço. Com 5 anos de curso superior. E exijo mais respeito para os historiadores jovens que ralam na universidade para dominar a teoria e a metodologia da história. Seus trabalhos que ficam enclausurados na universidade devem ser mais valorizados pela sociedade do que dos historiadores oficiais que narram a história das elites e de suas administrações. Neste ponto não falo do Dr. Humberto que mesmo sem saber, tem contribuído para "os de baixo" sobre a história de um fotógrafo. 


Nós não brincamos de fazer história (tem alguns que brincam),esta disciplina tem um papel utilitário na sociedade. Não escrevemos para aparecer, mas para refletirmos sobre o mundo em que vivemos, seja global, regional ou local como Araruna.




Assim, peço aos historiadores "oficiais", que realmente possuem acervo histórico e dinheiro para publicar, mais respeito por quem é formado na área. Não faço mestrado de graça, estudei e me formei! E se hoje não sou historiador, é porque os "homens bons" de Brasília que são metidos a historiadores não aceitam a nossa profissionalização. Mas independente disto, somos profissionais: graduados, mestres e doutores em HISTÓRIA! 

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