sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Breve exposição da teoria da História em Marx

A concepção da história em Hegel está baseada no que ele chama de Espírito Universal. A História para ele é o fruto deste Espírito que está presente nas civilizações apresentados como espírito do tempo e espírito do povo. O ideal de uma determinada sociedade age sobre a vida destes. A maior apresentação deste ideal é o Estado. Para Hegel a humanidade é regida por seus ideais do qual se fundamentam na busca da liberdade, liberdade esta que só é possível obter com a fundamentação do Estado. A busca da liberdade cria o ideal de uma sociedade que em seguida passa a ser criticada ou erradicada por outro ideal, uma tese gera uma antítese que se torna uma tese gerando outra antítese e assim por diante, este conceito do qual o ideal gera um contra ideal ficou conhecido como dialética hegeliana. A História seria assim, para Hegel, a sucessão destes ideais baseados em um Espírito Universal que se manifesta a partir do espírito do povo, espírito do tempo e de um grande homem, fruto da necessidade ideal do Espírito Universal.
No inicio do século XIX, a teoria hegeliana era muito influente na Alemanha. Foi desta ideologia que Marx partiu criticando-a. Para Marx a História não deveria ser originada por meios ideais, como ele mesmo diz, “teoréticos”, não deveria partir do que os homens dizem, imaginam ou representam, a História montada nestes ideais seria uma não história, por não estar de acordo com a realidade. Não é do ideal que a História se concretizou, mas sim da realidade concreta, dos meios materiais que os homens usam para a sua sobrevivência. O ideal é assim o reflexo do material, das necessidade humanas e não o contrario como afirmava a ideologia alemã.
Para Marx, a História nasce a partir dos meios físicos do qual o homem está inserido e de acordo com suas condições, este homem produz os meios necessários para a sua sobrevivência. Logo os meios de produção é o alicerce para se construir a História. O dono do meio produtivo, que retém a propriedade, é o senhor da produção material e também da produção intelectual. Assim, uma classe social sempre vai estar sobre o controle de uma elite até ocorrer uma revolução. Inicialmente é a divisão de trabalho que separa os homens entre dominantes e dominados.
A classe social dominada, à margem da elite, com o tempo vai à busca de condições de sua existência em seu conhecimento, a partir daí, possivelmente derrubará as estruturas da classe social dominante, e esta classe que estava na margem tomaria o poder. Para Marx a burguesia foi uma destas classes que estavam na margem da nobreza, que à superou e criou uma nova classe marginal, o proletariado.
 A diferença principal desta dialética para com a de Hegel é que Marx visava a perfeição do Estado criado pelo proletariado, uma sucessão de classes teria um fim. Na força produtiva, na divisão de trabalho e nas brigas de classes sociais que a História se fundamenta.
Os ideais estão sobre o poder dos donos dos meios produtivos, assim cada época teve o seu ideal para estabelecer a divisão de trabalho e legitimar sua dominação, para Marx não é a partir deste ideal que se constrói a História, mas do meio material (divisão de trabalho, propriedade, meios de produção). É desse meio material que o ideal é construído.
Para Marx, o homem é o único ser capaz de construir a História. Ele é o único ser de práxis. O homem pensa sobre o seu meio e sua condição, a partir daí ele age. É a ação sobre o seu meio o que adapta os sujeitos às condições de sobrevivência, esta é uma característica inata dos homens. A partir de sua práxis, de sua ação sobre o meio, a História toma corpo. É uma ação ligada aos meios materiais e não uma busca ideal de liberdade como pensa Hegel. Na práxis, na ação objetiva que o proletariado emancipa o estado comunista. Quando o homem chegar neste estado, no raciocínio de Marx, a História teria um fim.


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