Estava em Fortaleza no dia 1º de outubro
na Conferencia de abertura do Simpósio Internacional de História e
Historiografia, no início da fala do coordenador do evento, o professor Antonio
Gilberto, tivemos a surpresa sendo narrada com mais ou menos estas palavras:
"faleceu o maior historiador do século 20: Eric Hobsbawn". O lamento
da notícia surpreendeu a todos no auditório da Faculdade de Direito da UFC
(Universidade Federal do Ceará).
Particularmente, o
motivo da surpresa recorre a formação de todos os historiadores atuais, pois
todos tiveram que ler Hobsbawn em algum momento do curso de graduação.
Durante a leitura
de qualquer autor ficamos íntimos deles, e passamos a chamá-los com mais
intimidade: "Hobsbawn". Daí uma lamentação imediata ao escutar
notícia tão triste.
Na própria leitura
dele observamos uma história limpa, cujo até mesmo a teoria é narrativa
(característica adquirida provavelmente de sua influencia marxista). Observamo-lo
não somente como um historiador inglês decepcionado com o socialismo
stalinista, mas como um vivente da história, um narrador com método.
Durante o mestrado
ao ler capítulos do livro Sobre História conversamos em sala
sobre a competência do autor ao tratar temas como a prática e a teoria da
história, no meio da discussão falamos da longevidade do autor e de
sua lucidez. Falamos até de suas contribuições para o século 21.
Como mudar o
mundo, livro que deixou
novas expectativas para o marxismo no nosso século é um livro que deixa vários
legados para os historiadores. Em um mundo onde a
crise econômica sistêmica do capitalismo demonstra não ter
solução e onde direitos trabalhistas são retirados da sociedade carece de novos
olhares dos historiadores, não pelo personalismo em Marx, mas por sua teoria e
também método.
Hobsbawn, como
historiador contribuiu para o mundo do começo ao fim de sua vida, fato que
demonstra não um encerramento da história social, mas de um retorno a sua
análise.
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