quarta-feira, 12 de março de 2014

A Crise Política atual e suas críticas

Costumeiramente, críticas aos sistemas políticos atuais escancaram na mídia tanto da esquerda (Carta Capital) quanto da direita (Raquel Sheherazade). No centro da crítica encontra-se a questão da representação do Estado e da cidadania. Casos de corrupção, violência, censura, abuso de poder, etc... São temas fortes que promovem jornalistas e disseminam um estado de crise. 



Estamos vivendo o fim dos tempos tal como descreveu o filósofo Slavoj Zizek. Este coloca como uma das causas do fim da sociedade ocidental a crise do liberalismo: utopia que causa um desanimo profundo e gera uma depressão social sem precedentes. As pessoas vivem um hedonismo exacerbado numa democracia representativa ilusória, ou seja, as pessoas fingem que são livres e o governo finge que não é opressor.

Na verdade esta crise que faz que crer que estamos no final dos tempos é fruto da separação entre a política e a moral ocorrida durante a criação das monarquias absolutistas. O foro interior do indivíduo foi abafado e só o foro exterior pode ser admitido, isto sob a tutela política do Estado. Durante o século das luzes houve a tentativa de unir a moral à política sob a coordenação do Estado (trata-se da vontade geral rousseauniana). A classe burguesia - que se legitimava  como detentora da moral perante a política do Estado - para esconder suas intenções políticas utilizou da filosofia da história para afirmar que era detentora do futuro. Dizia ser apolítica, mas era política até os ossos. 

E o que vemos hoje é uma crise mal resolvida deste mundo burguês. Ninguém sabe como a democracia representativa "representa" seus cidadãos, pois parece que Estado e cidadania estão sempre numa queda de braço. Perante esta disputa ainda vivemos numa época de crise e crítica do Estado que nos parece estar longe de ser resolvida. 

Vivemos tempos de desesperança, consequência da crise. Passamos a imaginar um futuro decadente onde a tecnologia sucumbirá o Homem. O Cinema apocalíptico não nos deixa esquecer nossas alternativas... O Estado ou a falta dele alimenta nossa imaginação. Só falta saber até quando a crise perdurará... Marx tentou explicar.



Aconselho que antes de criticarem o PT ou Aécio Neves e suas formas técnicas administrativas, saibam que o problema que assola a representação do cidadão no Estado é tão antiga quanto a Democracia. Vá com calma companheiro.

Em breve pretendo explicar passo a passo a teoria de Koselleck sobre a Crise e Crítica do Estado Moderno.   



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