A
democracia não é efetivada somente em períodos eleitorais, ela costuma habitar
ambientes desprovidos de discursos carismáticos e demagogos. Lugares como a
rodoviária, o banquinho da praça, os intervalos nos expedientes das
instituições públicas, a farmácia, a universidade, a padaria fazem parte da democracia, pois são
nestes lugares onde reivindicações são postas juntamente com elogios e
descontentamentos.
Nossas
instituições públicas depois da Constituição de 1988 tendem a ser cada vez mais
democráticas. Todas as tarefas realizadas pelo Estado buscam ser democráticas
(Orçamento Democrático por exemplo). Sendo assim, a participação democrática
não ocorre apenas em período de eleições, mas durante todo o tempo. Isto é uma
regra geral se tratando de Brasil, mas em Araruna, é assim?
Araruna
neste exato momento passa por um surto democrático que não foi tão expressado
durante as eleições municipais deste ano. O principal fator disto foi o pedido
de Suplementação Orçamentária da Prefeitura a Câmara dos Vereadores. O
Executivo e o Legislativo tiveram que se entender para solucionar e colocar a
prova à gestão (e não a direção) do município. O debate a principio pareceu
eleitoreiro, mas não foi, pois as eleições já passaram. Então o debate recaiu
sobre o futuro do município nos próximos anos. Essa preocupação tem como
sujeitos sociais vários agentes que estão chegando ao município assim como os
antigos moradores. Vale salientar que estes sujeitos não estão preocupados com
a reeleição da Prefeita Wilma Maranhão especificamente, mas com a garantia de
vida digna na cidade.
Estes
novos sujeitos sociais podem ser divididos em algumas categorias: 1º- os
funcionários efetivados no Concurso Público Municipal de 2009 (boa parte não
residia em Araruna); 2º- o universo acadêmico da UEPB, professores, alunos e
funcionários também efetivados; 3º - os novos comerciantes que colocam filiais
no município. 4º- Gatos e Jacarés (que retratam uma cultura política em
decadência devido à quebra de dualidade).
A
Suplementação Orçamentária foi a primeira prova dessa nova participação dos
novos sujeitos sociais em Araruna. Muitos funcionários (como professores e
garis) se sentiram desestimulados com o não recebimento de seus proventos.
Independentes de predileção da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores suas
necessidades básicas falaram mais alto do que o “partidarismo” político: isto é
democracia, o direito de reivindicar.
Essa
democracia tende a crescer, pois os novos sujeitos buscarão exigir mais comprometimento
da administração (no plano jurídico, executivo, legislativo, municipal,
estadual e federal). Novas famílias de comerciantes querem matricular seus
filhos em boas escolas; jovens universitários querem opções de laser; novos
moradores querem infraestrutura em seus lugares de morada. Araruna cresce!
Novos caminhos são estimulados por seus novos moradores. Seja bem-vinda a
democracia em nosso município.
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