De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) a história local aparece como tema a ser ensinado nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A família, o bairro, a cidade e suas instituições são temas de relevo definidos pelos PCN´s. Embora seja relevante para o Fundamental I, a história local detém grande utilidade no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio. As experiências cultural, social, política e econômica carregam complexidades que não são digeridas pelos alunos do Fundamental I, fato que inverte o tema em relação da capacidade cognitiva dos alunos.
Atualmente muitos professores sofrem porque os alunos do Fundamental II e Médio não se interessam pelo conteúdo transmitido pelos professores. Eles não conseguem compreender a utilidade de temas macros em suas vidas, estudam "um mundo de fantasia" fora do cotidiano. Um Europa com um mapa "feio" e sociedades exóticas como Egito e Roma podem ter a mesma relevância que outras sociedades fictícias como A Terra Média e Westeros. São temas que fogem da realidade dos alunos, assim o professor passa a ser um alienígena em sala de aula. Logo nos perguntamos: "qual o universo mais prático de um aluno"? O mundo em que ele vive a começar pelo Local! Aquele do qual ele se locomove apesar da diminuição de distâncias do mundo globalizado e digital. Assim, não negando a importância da História Global, a História Local é uma ferramenta importante para fazer que nossos alunos pensem historicamente, tarefa de incrível complexidade para o Fundamental I.
A Política estampada nos livros didáticos ainda está presa à perspectiva historiográfica positivista de homenagear a Nação e seus heróis. A política se limita ao que esta acontecendo no âmbito nacional. Exemplo: Independência, Regência, República Velha, Revolução de 30, Populismo, Ditadura Militar e Redemocratização, fatos que unem macros períodos políticos da História do Brasil. O aluno não se aquilo influenciou/influencia no seu cotidiano, se na cidade ou na região campesina tais fatos pesaram na mudança de experiencias de seus "iguais". O local fica despregado da História, a história que ele estuda é do Recife, do Rio de Janeiro e de São Paulo. E a sua história? Quem representou sua região durante a República Velha? Qual a relação da sociedade local com a centralização política? Seu local participou da Revolução de 1817? As respostas são desafios que cabem aos professores de História responderem a seus alunos e chama-los para o debate político local, para assim, perceberem que são sujeitos de ação e definir suas estratégias de mudanças e permanências. São muitos os desafios para esta missão a começar pela confecção do material didático, tema que trabalharei em outro post.
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