Localização
A região que hoje se localiza a cidade foi/é primordialmente habitada pelos índios Rikbáktsa entres outras tribos. A região já tinha sido cartografada desde o século 18 tendo sido o rio Juruena mapeado por Cândido Rondon, figura marcante da marcha para o oeste da política de Getúlio Vargas.
Baseado no processo de colonização iniciada no período varguista, fazia parte das políticas públicas do país, o incentivo a interiorização populacional. A partir da década de 1950, impulsionado pela extração da borracha, a região do rio Juruena começou a ser explorada. Foi naquele momento que os seringalistas buscaram uma política de pacificação com os Rikbáktsa, mas o resultado foi triste, com a dizimação de 75% da população indígena. Além disso, estes perderam suas terras e até hoje lutam por seus direitos de posse. Este fato evidencia que a colonização do século 20 não estava tão distante do período colonial no Brasil.
Assim, durante a ditadura militar, empresas privadas foram beneficiadas para praticar a colonização e incentivar o povoamento no país. Foi neste ínterim que durante a presidência de Ernesto Geisel, o projeto de colonização teve início sob a tutoria da empresa Juruena Empreendimentos de Colonização LTDA no ano de 1974.
A primeira missão foi topografar a região a partir do transporte fluvial, assim foram escolhidos o local para o fundamento do aglomerado urbano e de uma pista de pouso. A fundação da vila ocorreu em 24 de setembro de 1978. A vila foi projetada pelo Projeto de Colonização do Juruena. A vila já contava com hospitais, escola, grande serraria (que empregou grande parte da população local) e hotel. Após a fundação da Vila chegaram os primeiros colonos vindos da região sul.
Juruena se emancipou no dia 04 de julho de 1988 tendo as primeiras eleições
Durante a década de 1990, Juruena já contava com a presença de empresas nacionais como a Rede Cenecista de Ensino, os Correios e o Banco Bradesco. As ruas ainda eram poeirentas e a cidade mantinha o ar de vila. Mas nas suas proximidades apareciam instituições privadas "progressistas", com a madeireira, grande fazenda com produção pecuarista que possuía frigorifico e exportava carne, o aeroporto com estalagem para os pilotos, rede de comunicação radialista e uma máquina de desencaroçar arroz.
A economia de o município baseia-se no extrativismo vegetal a partir da exploração da madeira de lei. A criação de gado era comum naquela época e continua a crescer.
O rodeio é a principal competição esportiva do município além da pescaria, seguido pelo futebol.
Lembro-me da jovem Juruena em minha infância onde as matas eram os principais atrativos e os índios participavam do cotidiano como cidadãos. Das festas do rodeio, dos desfiles cívicos e da correria que a população tinha para sobreviver em região tão inóspita. Do rio Juruena e das grandes pescarias. Do perigo das onças e das cobras gigantescas. Da culinária típica herdada dos colonos do sul tal como o consumo de chimarrão e do pinhão. Da fartura da castanha-do-pará que nos alimentava até dar do de barriga e principalmente da minha alfabetização, pois foi em Juruena que aprendi a ler e até hoje sinto dificuldade em soletrar o "ê", que aqui no Nordeste utilizamos mais como "é"!
Atualmente Juruena possui 11.201 habitantes. De acordo com o Censo de 2010, Juruena aumenta gradativamente seu número populacional em relação ao Mato Grosso e ao Brasil. Grande parte de seus imigrantes após a década de 1990 deve-se ao fluxo de nordestinos que buscaram mais oportunidade de renda nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Juruena deve ser vista pelo olhar dos historiadores que índios não se tratam apenas do passado, mas sim que estão presentes em nossa sociedade, além da importância da cultura de subsistência em detrimento da preservação ambiental. Próxima cidade apresentada será Brasiléia - AC.
Dias atuais
Interessante!
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